Qual é a vossa opinião em relação ao 4º Andamento da 9ª Sinfonia “From The New World” de Dvorak

A música clássica não me é totalmente estranha, pois já passei por uma fase em que ouvia com bastante regularidade, tanto para me acompanhar enquanto estudava ou para (tentar) apreciar verdadeiramente algumas das grandes obras.

Ao mesmo tempo, conheço a grande importância do malogrado maestro Herbert Von Karajan dentro do género e da editora Deutsche-Grammophon.

Contudo, para dizer a verdade, já não ouvia este tipo de música há algum tempo, talvez porque tenha ganho maior curiosidade relativamente à produção musical e às diferentes sonoridades que caracterizam a música moderna feita em estúdio.

No que toca a este 4º andamento da 9ª Sinfonia “From The New World” de Dvorak, é daqueles que todos certamente já ouvimos uma vez na vida – nem que fosse um breve trecho -, e é obviamente um prazer voltar a ouvi-lo, ainda que não tenha os mínimos conhecimentos técnicos para avaliar cada elemento da orquestra. Tal como referiram o João e o Gonçalo, o início também me fez lembrar um épico cinematográfico, embora eu fosse mais na direção do Senhor dos Anéis. São admiráveis os contrastes que vão acontecendo, a complexidade da obra e o modo como todos caminham num sentido comum. Certamente será o resultado de muita dedicação e estudo por parte dos seus intérpretes. É muito “andamento” musical, mas é sempre bom voltar aos clássicos.

Texto por: Zé Revés

Qual é a vossa opinião em relação ao 4º Andamento da 9ª Sinfonia “From The New World” de Dvorak

Sou da opinião que o ouvido educa-se e eu nunca fui educado a ouvir música clássica. O que não significa que não a aprecie. Apenas não lhe concedo a atenção devida na minha dieta musical. Acho que é dos géneros mais nobres e complexos que existem e o que mais me admira nele é a capacidade de emocionar as pessoas, sem recurso às palavras e apenas pela força das melodias. É música para refletir, sonhar, divagar e sentir sem reservas.

Quanto a esta sinfonia, penso que já todos ouvimos excertos dela ou em algum anúncio ou na banda-sonora da Guerra das Estrelas (terá sido?). Ouvi-la na sua plenitude é que nunca tinha tido oportunidade (ou vontade). Achei magnífica, claro está – desde a imponência da orquestra, às tonalidades do andamento, ora mais impetuoso, ora mais tristemente compassado, passando pelas expressões afetadas (não me ocorre agora outra palavra) do maestro, como se fosse a representação corpórea das notas tecidas pelos instrumentos manuseados.

Senti-me como se estivesse dentro de um filme, curto mas intenso, do qual eu fosse o realizador e decidisse o rumo dos acontecimentos, inspirado pelas porções melódicas que a orquestra ia ditando. De tal modo que fui perseguido por monstros geneticamente modificados com intenções pouco amistosas, venci-os e salvei a humanidade, descobri que afinal havia ainda uma outra ameaça que poderia causar o apocalipse, mas antes encontrei a redenção no local onde o céu e a terra se unem, apenas para depois partir, destemido e inquebrável, para a épica batalha final.

Em suma, é excelente se procuram inspiração para escrever um guião cinematográfico incrível. Ver e ouvir isto ao vivo, então, deve ser completamente arrebatador e indutor de uma outra apoplexia. Assim é a beleza da música.

Texto por: Gonçalo Dias

 

Qual é a vossa opinião em relação ao 4º Andamento da 9ª Sinfonia “From The New World” de Dvorak

É para falar de um estilo que sempre me passou ao lado, mas que mostra bem as sensações que a música transmite às pessoas!? Então, vamos lá a isso!

Uma peça que não conhecia, de um compositor que igualmente desconhecia. O que torna o desafio bastante interessante! Com o início a fazer-me lembrar os filmes do “Star Wars”, é completamente apoteótico.Esta peça contém um misto de sensações, porque tanto nos leva ao auge, como nos põe a pensar na vida. Sinceramente, não dá para explicar em concreto, porque só mesmo ouvindo é que se pode sentir a beleza deste estilo, desta peça em particular.

Uma pessoa pode ter uma paixão grande por um estilo de música específico, mas é impossível ficar indiferente a peças como estas, porque gostando ou não, toda a gente que aprecia música sabe ouvir e dizer: “Isto é qualquer coisa do outro Mundo”, que é o meu caso. Mas vou ser sincero, é um estilo que nunca oiço e nunca fui autónomo para ir pesquisar e saber mais, porque é um tipo de música que não aprecio para ouvir com “headphones”. Talvez seja mais para ver em concerto onde as sensações são vividas, mesmo ao vivo. É um estilo de música, que representa bem o que é a música e o papel que ela tem nas nossas vidas. A MÚSICA É UM MUNDO. Para além dos sentimentos que nos desperta e do apoio que nos dá, consegue formar-nos como pessoas. Com esta citação me despeço!

As palavras são poucas, talvez por não conhecer muito o assunto em questão. Mas foi um grande desafio, entrar num campo, onde nunca tinha entrado.

Texto por: João Alves

Qual é a vossa opinião em relação ao 4º Andamento da 9ª Sinfonia “From The New World” de Dvorak

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A música clássica é algo que ainda não “mexe” muito comigo. Fui educado na lógica do pop/rock e mantenho-me muito, talvez demasiado, ligado a ela. No fundo, com algumas e raras exceções, o que oiço atualmente não é muito diferente daquilo que ouvia há 20/30 anos.

Ouvir este 4º Andamento não foi, como é óbvio, a minha estreia no universo da música clássica, mas não deixou de ser um desafio bem aliciante e que pode ter mudado a minha perspetiva relativamente a este estilo musical. Não me tornei antes seu “consumidor”, talvez porque nas anteriores experiências não tenha feito as melhores escolhas… era quase tudo já muito “batido” ou talvez os arranjos não eram tão “mágicos” como aqueles que podemos apreciar neste vídeo.

Assim, considero extraordinária esta escolha da Editora do Notas à Solta, porque fez com que sentisse, pela primeira vez, um prazer enorme em ouvir uma orquestra a tocar. Ao longo dos 13 minutos de duração do vídeo, por mais do que uma vez, senti arrepios e uma sensação de paz e tranquilidade indescritíveis.

Não deixa de ser impressionante a forma como todos aqueles instrumentos estão tão alinhados uns com os outros. A concentração de todos os instrumentistas, de diferentes gerações, chega a ser emocionante para quem os está a ver, como também a forma profunda como o maestro se envolve com a música e com aquele momento. Instrumentistas e maestro encaixam-se na perfeição, resultando dali um momento musical que me deixou bem mais satisfeito para encarar o dia… acho que o vou ouvir novamente!

Texto por: João Catarino